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domingo, 31 de outubro de 2010

Como preparar uma alimentação adequada para a ninhada!!!



A alimentação é sem dúvida o maior determinante na reprodução dos
Curiós, a sua adequação e quantificação dos nutrientes, (fator
indispensável ao sucesso de cria das ninhadas) sofrem muitas
restrições, pois depende da palatabilidade dos seus componentes, e de
uma constituição física adequada, visando uma melhor aceitação
(seletividade) por parte das matrizes. São grandes as dificuldades que
enfrentamos para nutrir convenientemente as matrizes, disponibilizando
“O Melhor” ao nosso alcance. Um maior rendimento no trato com as
ninhadas dependem não apenas de uma correta formulação, mas
também de sua estrutura física e da aceitação pelo pássaro quanto a
palatabilidade, salientamos ainda que tal aceitação não é generalizada,
sendo que determinada matriz aceita e outra não, sendo necessário o
fornecimento de um cardápio variado e se possível personalizado o que
em função do número de matrizes se torna inviável atender as
preferências individuais de cada uma. Frente a estas questões, cabe-nos
perguntar:
1. Qual a melhor alimentação para cria das ninhadas?
2. Quais os alimentos que melhor atendem a seletividade e
palatabilidade alimentar das matrizes de Curió?
3. Quais os alimentos que propiciam o melhor rendimento (ganho de
peso) no crescimento das ninhadas?
4. Quais as quantidades de Nutrientes que devemos ministrar
durante todo o processo de cria das ninhadas?
5. Qual a formulação ideal?
Seletiva, Qualitativa e Quantitativa.
Não temos ainda as respostas definitivas para estas questões, nem
sabemos se um dia será possível a formulação de uma Super Ração
capaz de atender satisfatoriamente a todos estes aspectos nutricionais
dos granívoros, porem de uma coisa temos certeza, só encontraremos
as respostas que necessitamos, mediante o desenvolvimento de
Pesquisas Práticas Experimentais, desenvolvidas dentro dos criadouros,
testando formulações e aferindo resultados. Este é o princípio que deu
origem, sustentação e método, ao trabalho de investigação que ora
apresentamos.


RESUMO MÉTODO
Buscando estabelecer a nutrição ideal das matrizes em regime de cria,
selecionamos 05 (Cinco) matrizes dotadas do perfil “Ideal”, ou seja,
Matrizes Criadeiras portadoras de ampla seletividade alimentar (mistura
de grãos, farinhadas e larvas de Tenébrio Molitor) às quais passamos a
ministrar uma dieta alimentar a partir do primeiro dia de nascimento
dos filhotes. Foi fornecido 05 (cinco) tipos diferentes de Farinhadas,
sendo 04 (quatro) disponíveis no mercado e 01 (uma) formulada no
criadouro, as quantidades servidas foram satisfatórias e de
conformidade com as recomendações dos fabricantes no caso das
comerciais e, proporções idênticas na formulada no criadouro. Foi ainda
servido a todas as 05 (cinco) matrizes uma mistura básica de sementes
contendo 60% de alpiste e 40% de painço sendo 10% do verde, 10% do
preto, 10% do alemão e 10% do português. A mistura de grãos foi
ministrada a todas as cinco matrizes indistintamente, sendo que as
Farinhadas – “A” “B” “C” “D” e “E” foram fornecidas individualmente a
cada matriz sendo que a Matriz n° 01 recebeu a farinhada “A” a n° 02
a “B” e assim sucessivamente até a matriz de n° 05, o processo foi
mantido durante toda a Vida “Ninhega” ou seja 13 dias quando ocorreu
a saída dos ninhos pelos filhotes.
Foi efetuado acompanhamento fotográfico diário de cada ninhada
como forma documental do desenvolvimento. Procedeu-se a pesagem
individual de cada filhote, e da ninhada (dois indivíduos) em balança
eletrônica de precisão de centésimos do grama, para determinar o
ganho de peso de cada ninhada e aferir a eficiência de cada Farinhada,
todos os dados de pesagem foram anotados em fichas individuais por
ninhada/farinhada. Todas as matrizes receberam diariamente 50ml de
água filtrada contendo 03 (três) gotas de Suplemento Vitamínico com
Aminoácidos.
Buscando a comparação do ganho de peso entre as 04 (quatro)
ninhadas distintas mediante o emprego de cada farinhada, passamos a
alimentar a 5ª ninhada (como prova comparativa do ganho de peso)
com farinhada preparada no criadouro mediante formulação caseira e o
fornecimento de larvas de Tenébrio Molitor.

Formulação da Farinhada Caseira
- 01 gema de ovo de galinha cosida por 25 minutos e passada em
peneira fina.
- 02 colheres das de sopa de Super Top-Life da alcon em pó.
- 01 colher de sopa de Milharina Quaker (flocos de milho pré-cozido)
- 01 colher de chá de Carbonato de Cálcio (casca de ovo de galinha
moída de cor branca).
- ½ colher de café de Propionato de Cálcio.
Larvas de Tenébrio Molitor Hidratadas
As larvas foram selecionadas com tamanho máximo de 15mm e
alimentadas durante o período com a seguinte mistura:
Farelo de trigo, farelo de aveia, Super Toplife em pó, um pouco de
Cálcio em pó e gema de ovo cozida peneirada e desidratada. Separadas
de véspera na quantidade de 1.60g as larvas foram usadas em duas
refeições diárias de 0.80g. Foram colocadas de véspera para passarem a
noite em vasilhame de vidro tipo Pirex contendo apenas um guardanapo
de papel absorvente umedecido em uma solução de VITA GOLD
POTENCIADO (Laboratório Tortuga) e água na proporção de 20 gotas
para 50ml de água efetuando-se a completa hidratação das larvas que
foram servidas à matriz de n° 05 a partir do nascimento dos filhotes.

ÁGUA
Todas as cinco matrizes receberam 50ml diários de água filtrada
desprovidas de quaisquer aditivos durante os 13 dias da pesquisa.

Qual é o melhor período para anelamento dos filhotes?

Costumo proceder ao anelamento dos filhotes ainda em vida ninhenga buscando
com tal procedimento evitar o stress da captura e possíveis traumas no tarso
que inevitavelmente ocorrerá após a saída dos mesmos do ninho. A vida ninhenga
como todos sabem é de 13 dias no caso do curió, portanto devemos escolher o
dia mais adequado entre estes, para proceder ao anelamento de forma eficiente
e sem traumas ou conseqüências.

Costumo proceder da seguinte maneira:
1. Elimino os quatro primeiros dias tendo em vista que os filhotes ainda são muito
pequenos, e requerem um manuseio muito delicado, as anilhas ficam muito
 grandes no seu tarso chamando com muita facilidade a atenção da fêmea que
 poderá retira-las provocando um sério acidente, quando não os atira fora do ninho.
Ainda poderá acontecer à saída da anilha por simples ação da gravidade, e só
 daremos conta do problema no 13° dia quando ocorrer à saída natural do ninho.
2. Elimino os cinco últimos dias tendo em vista dois aspectos:
∙ No primeiro aspecto os filhotes já se encontram com os olhos abertos e tendo
 uma visão antecipada do mundo que o cercam ficarão assustados e inquietos
 por já terem a capacidade de assimilar possíveis interferências que ameacem a
 sua segurança no interior do ninho.
∙ No segundo aspecto se o anelamento for efetuado a partir do 10° dia fatalmente
 os filhotes recusarão permanecerem no ninho, esta intervenção provocará a saída
precoce dos filhotes ainda emplumes podendo provocar a sua morte.
3. Nos restaram apenas quatro dias ou sejam: 5°; 6°; 7°; 8°, que não
apresentam maiores problemas no entanto podemos argumentar que:
∙ Por usarmos anilhas com diâmetro de 2.5 mm preferimos o 5° dia ou 6°no máximo.
∙ Por usarmos anilhas 2.8 mm preferimos o 7° dia ou o 8° quando o filhote embora
 iniciando o processo de abertura dos olhos ainda não o fez totalmente e com
certeza estará mais desenvolvido para suportar a manipulação.
4. Salientamos ainda a existência de uma maior ou menor capacidade por parte
 da fêmea em aceitar um corpo estranho preso nas pernas dos seus filhotes. Este
 é um problema muito sério que merece por parte do criador uma atenção toda
 especial independentemente do dia em que se procedeu ao anelamento, muitas
recomendações e práticas outras são postas em evidência para resolver ou
minimizar o problema:
∙ Pessoalmente anelo os filhotes no 8° dia ao entardecer após remover o brilho
das anilhas com um pouco de fulgem que pego na chaminé da churrasqueira, tal
 procedimento evita que o brilho da anilha chame a atenção da fêmea e, como já
começa a escurecer a fêmea logo se empoleira para dormir e os filhotes buscam
 acomodar-se no ninho escondendo totalmente as anilhas. No dia seguinte a fêmea
não lembra de mais nada e só se preocupa em encher os papos que amanhecem
vazios e os tornam esfomeados. Desta forma, não tenho a relatar um só caso de
rejeição por parte das fêmeas.
∙ Outra prática bastante comum é a de proceder ao anelamento no 7° ou 8° dia
 pela manhã tendo em vista que se ocorrer rejeição teremos todo o dia para resolver
o problema, saliento ainda que neste sistema também se acerca de cuidados quanto
 ao brilho das anilhas. Esta forma de proceder também é muito segura.
Acreditando ter esgotado o assunto, ou pelo menos os seus aspectos mais importantes,
levei em conta que o Criador conhece o processo de por o anel, que é muito simples:
1. Seguramos o filhote com a mão esquerda e selecionamos com os dedos polegar,
indicador e anular da mesma mão o pé que ira receber o anel.
2. Agrupamos os três dedos dianteiros com o uso de vaselina sólida para que fiquem
 estirados e unidos, aí introduzimos o anel até atingirmos a articulação com a mão direita.
3. Dobramos o dedo traseiro para alinharmos com o tarso e efetuando movimentos
 circulares na anilha ultrapassamos a articulação, ai soltamos o dedo traseiro e levamos
 a anilha até junto do pé.

Uso da carretilha ( rasgada, serrada ou rachada )

A Carretilha é de uma importância muito grande no entendimento das
 manifestações Canoras dos Curiós, o seus significado e importâncias no
 contesto do aprendizado do canto leva-me a afirmar que a “Carretilha”
(serrada, rasgada ou rachada etc.) é dentre as manifestações sonoras a
mais importante ou uma das mais importantes pelo papel que desempenha
 no cortejamento das fêmeas, bem como na defesa do território.
Duas questões deverão ser levadas à apreciação no contesto da Criação
 Doméstica e suas finalidades:
1. Reprodução Domestica do Curió
2. Criação Doméstica do Curió de Canto Clássico

Reprodução Domestica do Curió
Na reprodução dos Curiós, e ai incluímos a reprodução doméstica a
 Carretilha desempenha função sexual importante. No cortejamento das
 fêmeas é elemento indispensável, na maioria dos casos as fêmeas exigem
que os curiós carretilhem para elas como condição indispensável a que se
 coloquem em posição de Cópula, embora algumas fêmeas após o
conhecimento e manejo com determinado macho, consumam
o ato abrindo mão deste pré-requisito.
Este som constitui-se de uma seqüencial semelhante à de um Carrilhão
contínuo, modulado e repetitivo, na maioria das vezes intercalados de “Gritos de
Guerra” e vocalizações outras que se assemelham aos sons produzidos pelo
 trabalho das carretilhas, (em seu vai-e-vem) serrotes, ou peças de pano sendo
 rasgadas. Soam para as fêmeas como senhas de acesso à cópula, e mais, os
 machos são identificados e aceitos pelos elementos sonoros contidos na sua
Carretilha. O ritual do acasalamento compreende várias posturas determinantes
de uma maior ou menor eficiência do cortejamento e aceitação do macho pelas
 fêmeas. Cantadas impregnadas de Carretilhas e elementos sonoros estridentes
 como Ti Ti Ti, Trín Trín Trin, Vi Vi Ví etc.
constitui-se característica indispensáveis em Cortejadores e Galadores.
A carretilha também é usada como elemento de intimidação dos semelhantes
em defesa do território, Quanto mais Carretilhador for um Curió mais eficiente
 será no cortejamento e defesa do seu Território.

Criação Doméstica do Curió de Canto Clássico
Na criação doméstica do curió de canto clássico busca-se a perfeição da
obra canora do curió primando pela sua qualidade, originalidade e pureza do
seu canto na melhor forma perfeita, tornando-se modelo digno de imitação, logo
 não cabe nesta definição Carretilhas nem Gritos de Guerra nem nenhum tipo
de vocalização que venha contrapor os dotes de um virtuose.
Estamos pelo que nos parece em uma contradição, como exigir que um Curió
abra mão de vocalização tão importante como carretilhar? No entanto não
 podemos aceitar elementos de cortejamento no conto de um Curió Clássico,
contudo deve saber carretilhar quando necessário, porem como “Arte do Ofício”
não o faz com freqüência ou não deve faze-lo, por cuidado, técnica ou primor do
 seu proprietário. Curiós de Canto Clássico não devem ser despertados ao
cortejamento e muito menos manejados com fêmeas para não adquirirem em
seus cantos vícios de vocalizações e de cortejamento.
A Carretilha é uma Rachada de qualidade, digamos, planejada e Vetorizada no
filhote atendendo assim as suas necessidades de Carretilhar, evitando improvisações
por ausência desta instrução e que o Curió crie “Serradas” e “Rachadas” desprovidas
de planejamento e fruto de manifestação espontânea e de má qualidade sonora. Todo
Curió deve aprender uma Carretilha melodiosa e se possível de som “Retinido”
“Tilintante” e “dobrado”, caso não tomemos esta providência fatalmente irá por conta
própria improvisar uma Rasgada no momento em que seus extintos assim o exigirem,
e todo o nosso trabalho ficará comprometido com tão indesejável manifestação
sonora. Temos observado o costume de cantar com a incorporação de Carretilha na
estrutura do canto de alguns curiós, e ainda com a incorporação de Gritos de Guerra
do tipo (Voiaquiu, Taís Tais, Chau Chau, Iuil, Leco Leco, Rinha Rinha etc.)
constituindo-se em defeitos gravíssimos .
Todo Curió de Canto Clássico deve aprender uma Carretilha por iniciativa do seu
instrutor e usa-la moderadamente, contudo o ideal é que use o mínimo possível já
que não participará de disputas canoras e muito menos de cortejamentos, contudo se
necessário saberá faze-lo com a qualidade exigidas aos Clássicos.
Curiós Carretilhadores mesmo quando possuidor de bom canto são sempre
indesejáveis por possuírem maus hábitos canoros.

Distúrbios de Plumagem

DPA – Distúrbios de Plumagem nas Aves.

Conhecemos a saúde de um curió pela sua plumagem, o “DPA” - Distúrbio de
Plumagem nas Aves indica desequilíbrio físico e psíquico da sua saúde e do seu
comportamento, refletido na plumagem.
Acreditamos que não existe doença sem o seu agente causador, logo a
plumagem funciona como elemento indicador de que algo estar errado com
 a ave, e precisamos identificar o agente causador através de diagnóstico
rápido e preciso, o que nem sempre é possível de ser feito.
No caso específico da AD. Auto Depenação, temos investigado aspectos
inadequados de alimentação e manejo bem como a presença de Stress,
entretanto amaioria dos casos não se resolveu devido a não identificação do
 agente causador e a inexistência de medicamentos específicos ao caso,
culminando com a morte das aves por terem sido submetidas a tratamentos
agressivos e experimentais.
Não gostaria de dizer “NÃO TEM JEITO”, todavia, relacionarei alguns
aspectos tratados por nós com relativo sucesso em nossa criação mediante
 monitorização de Médico Veterinário especializado:
1. O curió se auto depena por ter desenvolvido hiper sensibilidade ao calor,
colocado em ambiente com temperaturas entre 20ºC e 26ºC graus o
problema gradativamente tende a se resolver. O agente causador:
Temperatura elevada no criadouro, evitar telhas de fibrocimento no
verão.
2. Colocação inadequada das caixas de tenébrio sobre as prateleiras da criação,
o DPA. Instala-se na maioria das aves, sendo que algumas preservam a
cauda e azas, e a cabeça por motivos de acessibilidade. O Agente causador
são fungos, ácaros e leveduras provenientes do Substrato das caixas, foram
feitas comprovações laboratoriais nestes casos. Tratamento, 04 a 06 gotas
de vinagre na água do banho durante 15 dias e mais nada. Claro! Remoção
das caixas e assepsia das prateleiras e gaiolas, Sol nelas.
3. O curió possui “FOGO CRÔNICO” o DPA instala-se na região do peito,
ventre, dorso e pernas, e intensifica à medida que a ave escuta o canto de outra
ave, provocando uma fogosidade com cantar incessante caracterizando um
estado de “Distúrbio Neurológico”, neste caso o Curió não deve ser utilizado
como Padreador pois temos verificado a manifestação após algum tempo do
DPA em toda a sua prole, inclusive fêmeas aonde a característica Fogo
Crônico também está presente. Enumeramos os seguintes procedimentos:
1. A ave em questão deve ser vermifugada da seguinte forma:
Retira-se o bebedouro deixando-a sedenta por 04 horas
consecutivas para em seguida oferece-la em um bebedouro 15ml
de água e a quarta Parte de um comprimido de CANEX
COMPOSTO (princípio ativo Pamoato de Pirantel) dissolvido para
que a ave beba a vontade, em seguida retira-se o bebedouro com
o vermífugo e retorna-se com água pura. A ave expelirá todos os
vermes (Cestódeos) dentro de no máximo 20 a 30 minutos é
impressionante o DPA simplesmente desaparece. Repete-se o
tratamento com 30 dias. Se o problema for verminose (Caso mais
freqüente) o Curió estará emplumado em 60 dias.
2. Caso não haja infestação por Cestódeos, ministrar por 30 dias
consecutivos a quarta Parte, 0.5mg de um comprimido de
Polaramine laboratório Schering-Plough uso humano de 2 mg em
25ml de água (principio ativo Meleato de Dexclorfeniramina). Se o
problema for alérgico o Curió estará emplumado em 60 dias.
3. Caso o problema não tenha sido resolvido com os procedimentos
anteriores e haja fortes suspeitas de distúrbios
neurocomportamentais, com presença de ferimentos nas áreas
depenadas, ministrar por 30 dias consecutivos a quarta parte de
um comprimido de OCLADIL laboratório Sandoz uso humano de
01 mg. Em 25ml de água (princípio ativo Cloxazolam) se o
problema for neurológico o Curió estará emplumado em 60 dias.
OBS: Os procedimentos preconizados nos itens de n°(s) 01-02 e 03
envolvem o uso de “DROGAS” portanto devem ser usados com parcimônia
 mediante prescrição e acompanhamento diário de um Médico Veterinário
Especializado em pássaros.

Como formar um Curió de fibra!!!

Seleção & Aptidão para Fibra.
Os filhotes comprovadamente machos são conduzidos para um amplo viveiro (eu usando um com as seguintes medidas (2.5x3.5xh=2.2)cm) em número máximo de 5 a 8 filhotes, sendo introduzidos todos simultaneamente (no mesmo momento). É importante que se proceda uma única introdução para que compitam em condições igualitárias entre se.
Observamos aí todo o período do Corrichar que no caso dos Curiós Geneticamente Aprimorados ou em fase de aprimoramento dura no máximo 90 dias quando se inicia os primeiros assovios.
Observamos:
1. Corricham em grupo de forma harmônica e pacifica.
2. Observamos o surgimento entre eles de uma "Hierarquia" com o surgimento de um ou dois lideres.
3. Observamos a liderança destes sobre o resto do grupo.
4. Observamos o surgimento dos primeiros assovios dos líderes do grupo que iniciam a cantoria "Na Cara" dos demais componentes do grupo.
5. Surgem em seguida as disputas de canto com o estabelecimento de territórios que vai desde o líder impedir os demais de beberem água ou comerem, pois estabelecera como seu território o bebedouro e comedouro, até o surgimento de perseguições entre eles.
6. Neste momento devemos separar os dois líderes em gaiolas individuais que permanecerão dentro do viveiro até a muda de ninho quando serão removidos para um recinto tranqüilo para efetuarem a muda.
7. Nesta fase os demais membros do grupo ainda poderão ser usados por mais 10 meses após a muda dos lideres (acredito) com estes no interior do viveiro, contudo, engaiolados.
8. Após a muda de ninho os lideres de um grupo de 08 já com canto definido passarão a exercitar-se na Arte da Fibra em Rodas, retornando sempre ao viveiro aonde permanecerão engaiolados na presença dos demais membros do grupo, que permanecerão sempre soltos.
9. Após 14 meses já pretos procedemos gradativamente o "Desmame" ou seja, a retirada gradual do convívio dos companheiros de viveiro.
OBS:
Informo ao Amigo, Acredito ser este o melhor método para a seleção e desenvolvimento de pássaros para a pratica da disputa em Rodas de Fibra, entretanto muito do que relato carece de estudos mais apurados para estabelecimento do Manejo Correto.
A complexidade do assunto bem como o equacionamento de todas as variáveis envolvidas no desenvolvimento da Fibra, tem dentre muitas, uma de primordial importância que é a Vetorização do Canto Fibra, que deve ter características próprias e bem definidas como ser "Curtíssimo e Ameaçador", dotado de auto nível de agressividade, se possível envolvendo os sons emitidos pelos Predadores da Espécie em questão etc. etc.

Você sabe se a voz do seu pássaro é boa ou ruim?

No Regulamento de Canto de Curió Praia Clássico é estabelecido que os requisitos obrigatórios e qualitativos são os seguintes:

Voz, Andamento, Melodia, Colocação de Notas e Apresentação.

Pois bem, VOZ é o primeiro quesito que analisamos e é o primeiro que chega a nossos ouvidos para ser analisado quando um pássaro está se apresentando na estaca, e o Juiz, por ser uma pessoa experiente, quase que prontamente forma sua opinião crítica, se é de voz ótima, boa, regular ou ruim.

Experiência, nós sabemos que é a habilidade ou perícia resultante de exercício contínuo duma profissão, arte ou ofício, e os Juízes, mesmo os novos, antes de atuarem numa mesa julgadora como titulares, já ouviram muitos curiós, no período que estiveram estagiando nas funções de Mesário ou Juiz Auxiliar, o que os credenciam como sendo muito experientes.

Nesse período de estágio eles tiveram muitas oportunidades de fazer análises e comparações entre uma voz e outra, e, naturalmente, adquiriram capacidade para discernir qual é considerada a melhor voz e quando chegam a participar de uma mesa julgadora como juiz titular, estão aptos a definir qual lhe agrada mais.

Quanto aos Juízes mais antigos é desnecessário fazer comentários, pois todos são possuidores de vasta competência; imagine você a experiência e bagagem que tem esses juízes que estão atuando em nossos torneios, alguns deles há mais de 20 anos ouvindo curiós. Quantos curiós já ouviram!

Não estou desmerecendo os novos curiozeiros, nem tenho a intenção de me autoafirmar perante eles, pelo contrário, pois com a avançada tecnologia atualmente colocada a disposição deles, lhes é proporcionada a oportunidade de atualizarem seus conhecimentos em toda atividade humana, inclusive no nosso hobby.

Porquê acima eu disse “qual lhe agrada mais”?

Porque voz é uma questão também de sensibilidade.

A voz que é exigida no Regulamento e considerada como a voz ideal, a voz de praia, não pode ser muito aguda nem muito grave, não pode ser musicada, rouca, com chiado, metálica ou com sotaque de outras categorias diferentes de Praia Grande.

A Sensibilidade é um dom distinto e peculiar. Então, fica difícil cada um em particular definir qual é a voz que deverá ser entendida como a ótima. Uns podem preferir uma voz um pouco mais fina, outros podem até preferir que seja mais grossa, o que importa é respeitar o gosto de cada um. Os gostos são diferentes e gosto não se discute.

Quando alguém ouve um curió na casa de um amigo, antes mesmo de ouvi-lo com mais detalhes, logo diz: “Que voz boa, parece o disco!”. “Até confunde com o disco”.
Aí está ela, ESSA É A VOZ QUE ENTENDEMOS COMO A VOZ DE CURIÓ PRAIA.

É certo, porém, que algum curiozeiro, principalmente aqueles que estão começando e que pouco ouve outros pássaros, ou que só ouve o dele, acha que a voz do seu curió é muito boa. Isto porque ele não ouviu outros para poder comparar com a voz do seu.

Há algum curiozeiro que diz o seguinte: “meu curió tem um vozeirão”, mas como ele não teve oportunidade de ouvir vários outros, para ter como referência, acha que esse “vozeirão”, que é a voz do dele, é a boa.

Não é por aí. Vozeirão não é qualidade. Qualidade de voz de curió praia ideal, é serena, sublime, delicada; enfim, voz semelhante à voz do disco, como já disse acima.

Outro detalhe que é interessante dizer é que os curiós que geralmente são tidos como de “vozeirão”, são aqueles que cantam muito alto. Entretanto, cantar alto também não é qualidade. Cantar não é gritar.

Pode até ter qualidade para o seu dono e respeito o gosto de cada um, mas para fins de competição, quando é submetido à comparação com outros, nos torneios de canto, dificilmente terão chance de se classificar.

Ainda, para ilustrar, podemos fazer uma singela comparação com o ser humano; um cantor ou cantora se tiver conhecimento da letra e da música, mas se não tiver a voz agradável a gente não gosta muito. Não é? Também é um caso de sensibilidade de cada um, um pode gostar da voz de um determinado cantor, outro pode gostar mais da voz de outro.

Então não basta saber a letra, precisa saber a música e interpretar de maneira agradável ao nosso ouvido. Concorda?

A letra neste caso são as notas, mas esse é outro assunto...

Concluindo: Voz realmente é uma avaliação subjetiva. Não tem como não aceitar essa realidade e nem é possível impor o nosso gosto simplesmente porque se trata de nosso curió ou do nosso entendimento.

Entretanto, embora subjetiva, não é tão difícil diferenciar quando a voz é realmente boa ou ruim. Basta ter experiência. Ouvir vários curiós. Não ficar limitado ao seu curió e acima de tudo ter humildade e aceitar o gosto dos outros.

No caso dos torneios de canto, a decisão do Juiz deve ser respeitada e nunca contestada no ato, e, em caso de reclamação, deverá ser fundamentada por escrito sua reclamação junto à Federação.

Uma dica que acho importante para aqueles que realmente se interessam em ficar “expert” nesse assunto, é, quando estiver participando de um torneio ouvir a maior quantidade possível dos curiós que estão se apresentando e ir fazendo suas analises e comparações.

Só com experiência chegaremos a entender essas diferenças, na realidade tudo na teoria é uma coisa e na prática é outra.

Um exemplo interessante é o caso de um professor de natação, fica duas ou três horas ensinando os alunos os movimentos para os nados de peito, livre, costas e borboleta, finda a aula o aluno pula na piscina. O que acontece? Morre afogado.

Se quiser aprender nadar precisa exercitar muito e para entender de canto de curió precisa igualmente ter muita dedicação e ouvir muito.

ANDAMENTO: Nitidamente moderado.

O ANDAMENTO não pode ser muito acelerado e nem muito lento, deve ser nitidamente moderado. Olha aí outro quesito que exige experiência do julgador.
Muitos, a exemplo da voz, acham que o seu curió por cantar um pouco mais rápido que é o bom, outros porque o seu canta mais lento acha que o seu que é o bom.

Andamento acelerado ou lento são termos relativos. O que é acelerado? O que é lento? Depende do ponto de referência.

O andamento que entendemos como bom e nitidamente moderado é aquele que nos permite observar que o pássaro canta sem esforço, as notas permanecem perceptivas, de fácil identificação e ocorrem numa sequência constante.

Quando o andamento é muito rápido as notas ficam espremidas, curtas e deixa sua interpretação a desejar.

Quando o andamento é muito lento se torna entediante e trás a sensação de que o curió canta desanimado

Novamente entra a experiência e sensibilidade de cada um para distinguir, mas é uma questão bem mais fácil do que a questão da voz.

Andamento é um quesito que depende muito de qual foi o CD que o curió ouviu. Mas é verdade também que é uma questão de gosto, pois até a escolha do CD cada um tem a sua preferência. Uns preferem o Prata, outros o Ouro, outros do Maruc, (aliás, ficam aqui registrados meus sentimentos, pela perda tão precoce desse grande Campeão).

Todos com andamento nitidamente moderado e de especial qualidade.

MELODIA - Novamente em prova a sensibilidade e experiência do Juiz.

Melodia é a dicção, isto é, é a maneira que o curió emite as notas, é a combinação e harmonia dos sons resultantes de acordo com as notas que estão sendo emitidas, chega até expressar sentimento na sua emissão, especialmente nas notas de batida de praia.

Para ter melodia a sua voz não pode ser estridente. Suavidade e sentimento na pronuncia das notas são muitíssimo importantes neste quesito.

Outra vez o ser humano serve para fazermos uma comparação, respeitando as proporções, é claro. Um cantor ao interpretar uma canção romântica, por exemplo, para expressar seu sentimento, seu lamento, sua mágoa, sua voz se apresenta com tristeza, porém de uma maneira agradável que nos contagia e emociona. Isso é melodia.

A melodia é, a meu ver, a alma da interpretação.

O curió que não tem melodia emite suas notas socadas, agressivas, violentas, sem se importar com a interpretação; são características mais comuns nos curiós de vibra ou aqueles que estão em fase de acasalamento que até batem as asinhas no ritual e cortejo para a conquista da fêmea.

Estas minhas colocações são despretensiosas e sem ufania, são apenas para transmitir a você minha concepção sobre este assunto.

Concluindo: Num julgamento não podemos nos concentrar só nas notas.

Esses três quesitos acima são de muita importância e são levados em conta para o julgamento do Canto Praia.

É lógico que a colocação de notas e a apresentação, são igualmente de suma importância; porém, a omissão de notas é facilmente identificada mesmo por aqueles que estão iniciando, mas, a sensibilidade para o julgamento dos requisitos acima, depende de atenção, muita dedicação e aptidão, que só se adquire com a prática.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A muda de Bico



                                           Morfologia & Função
O Bico é a proeminência córnea da boca das aves, composto por uma estrutura
óssea fundamental na vida de um pássaro, é o elemento coletor e selecionador
dos alimentos, bem como separador das impurezas, preparando-os para ingestão.
 Possui forma cônica nos granívoros, a exemplo dos Curiós, onde a sua robustez
e tamanho depende exclusivamente do regime alimentar que o meio ambiente
lhes oferece.
Responsável pela apanha e preparo dos alimentos, o bico exerce diversas funções
vitais, indo desde a função de defesa e ataque constituindo-se numa poderosa arma,
a função de manter a plumagem em ordem e articulação do canto.
Partes Integrantes do Bico:
                          
                                         Estrutura & Composição
O Bico é composto por duas mandíbulas que se articulam dando origem a uma
poderosa estrutura capaz de esmagar as mais duras sementes em suas maxilas,
 em forma de prensa, de fechamento em Torquês.
Esta estrutura é constituída de um núcleo ósseo recoberto por uma substância
 córnea denominada queratina ou ceratina, substância protéica do grupo das
proteínas ou albuminas que dão ao bico a dureza necessária a exercer as suas
 funções.
Esta substância também está presente nas unhas e na composição das penas.
A queratina se apresenta na cor preta, branca e amarelada sendo mais resistente
 a de cor preta e mais frágil a de cor branca.
O Bico possui um funcionamento semelhante ao de um alicate articulado
dotado de maior força na sua base e formato cônico próprio para a quebra
 de sementes que após esmaga-las nas suas maxilas "prensa" (base do bico)
utiliza as facas com o auxilio da língua para descasca-las e remover a sua polpa
 com as quais se alimentam.
Os bicos não possuem dentes para triturar os alimentos, utilizam a Moela para
esta função, bolsa musculosa pertencente ao aparelho digestivo que utiliza em
seu interior pedriscos no auxilio a trituração dos alimentos exercendo a função
de verdadeiros dentes mediante movimentos de contração da Moela.
                                                  
                                              Desgaste Mecânico do Bico
Com o uso freqüente o bico apresenta um desgaste no revestimento queratinoso,
 em especial na linha de comissura.
Este desgaste evita o crescimento exagerado do revestimento protetor da estrutura
óssea do bico.
Entretanto, alguns Curiós por serem submetidos a regimes alimentares com
sementes muito duras apresentam um acentuado desgaste, dificultando o processo
 de esmagamento e descascagem das sementes acarretando uma deficiência
alimentar por não serem capazes de executarem convenientemente as suas funções.
É muito comum verificarmos no comedouro das nossas gaiolas a presença de
sementes parcialmente esmagadas. Quando tal fato ocorre observamos que o
tegumento das sementes encontra-se semi-abertos sem, contudo, sofrerem o
descascamento habitual.
Este fato é sem dúvida um forte indicador de acentuado desgaste no revestimento
 queratinoso do bico, por serem estas sementes muito duras ou por acentuado
desgaste da queratina na linha de comissura acarretando deficiência na função
 esmagadora da prensa, ou descascamento das sementes pelas facas.
Quando ocorrerem sinais de ineficiência na descascagem das sementes, cumpri-nos
efetuar uma análise detalhada da estrutura do Bico e seu revestimento queratinoso,
 pois, as mandíbulas são dotadas de um revestimento foliado dispostos em camadas
 sucessivas que cressem a partir da base do bico revestindo-o totalmente.
Quando observamos este comportamento geralmente as camadas foliadas se
 descolam na linha de comissura, sofrendo segregação, perdendo a sua eficiência
 mecânica e causando a deficiência de descascagem das sementes.
Aí, dizemos que o Curió está fazendo a "Muda de Bico".

                                                     Muda de Bico
A muda de Bico é o processo pelo qual as aves substituem o revestimento Queratinoso
 do bico, gasto pelo tempo e pelo uso por um revestimento novo.
Muitas vezes esta muda ocorre em uma época determinada do ano, conhecida como
 "Época da Muda" que normalmente coincide com a muda anual da plumagem.
O processo de muda de bico é bastante complexo ao entendimento mediante a
 simples observação visual, contudo, temos observado o desprendimento da velha
camada de revestimento queratinoso mediante a ação da nova camada que surge
como elemento impulsor do processo de perda do velho revestimento que esfolia
e se desprende do bico para dar lugar à nova camada que surge.
A nova camada cobre uniformemente todo o bico, e segrega a camada gasta por
uma nova camada especial de células que surge sob a camada velha como se fosse
 uma espécie de liquido que ao contato com o ar endurece expulsando a camada
 residual ao mesmo tempo em que toma o seu lugar como revestimento novo.
Todo o processo completa-se em torno de cinco a seis semanas, e proporciona
 ao pássaro uma debilidade alimentar, conseqüência da perda de parte da eficiência
 de algumas funções vitais do Bico.
Neste período devemos fornecer aos Curiós alimentos de consistência branda,
buscando facilitar as operações de esmagamento e descascagem das sementes
oferecidas. Recomenda-se neste período em que os Curiós sofrem restrições
 alimentares, por terem reduzido a eficiência mecânica do seu bico um regime
alimentar rico em proteínas, destinadas a reporem as reservas do organismo, gastas
 com a Muda de Penas e Bico.
Costumamos ministrar no bebedouro um complexo vitamínico aliado a uma mistura
de sementes a base de Painços com o intuito de minimizar os problemas nutricionais
 provocados pela Muda em questão.
A Muda de Bico normalmente ocorre conjuntamente com a Muda anual de penas.
 Entretanto, alguns Curiós  as fazem de forma tão gradual que não chega a ser
notada pelo criador, outros Curiós não seguem esta regra.
Atribuímos este comportamento à presença de deficiências nutricionais que termina
 por canalizar as reservas protéicas para a Muda de Penas obrigando-os a efetuar
 a Muda de Bico em período distinto.
Alguns Curiós antecipam a Muda de Bico em relação à de penas, que só terá início
 alguns meses depois da conclusão desta.
Nestes casos o criador geralmente observa a presença das sementes esmagadas
 no comedouro, e este fato indica a presença da muda, que, quando isolada,
apresenta-se bem mais forte que a muda combinada com a de penas.
Quando a Muda de Bico apresenta-se isolada, é comum a observação por parte
do criador de áreas do bico com coloração diferenciada mostrando claramente o
 surgimento do novo revestimento queratinoso.
Quando a muda de penas ocorre, e as penas caem uma após a outra, em uma
sucessão uniforme e regular, sendo que na medida em que caem são substituídas
 em ordem igualmente regular por penas novas, e a muda é espaçada de forma
 harmoniosa, os Curiós conservam a sua capacidade de voar durante este período
e apresentam uma muda de bico imperceptível aos olhos do criador, sendo este
comportamento muito comum aos Curiós criados em viveiros.
Comportamento contrário verifica-se nos Curiós de Gaiola que perderam ao
 longo do tempo esta capacidade, ficando incapacitados de voar durante a muda
combinada de penas e bico exigindo do criador cuidados especiais de manejo.
A camada queratinosa tem vida e esta vida é limitada, quando a camada superficial
 morre é substituída por uma nova e o seu ciclo de vida é anual.