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domingo, 31 de outubro de 2010

Qual é o melhor período para anelamento dos filhotes?

Costumo proceder ao anelamento dos filhotes ainda em vida ninhenga buscando
com tal procedimento evitar o stress da captura e possíveis traumas no tarso
que inevitavelmente ocorrerá após a saída dos mesmos do ninho. A vida ninhenga
como todos sabem é de 13 dias no caso do curió, portanto devemos escolher o
dia mais adequado entre estes, para proceder ao anelamento de forma eficiente
e sem traumas ou conseqüências.

Costumo proceder da seguinte maneira:
1. Elimino os quatro primeiros dias tendo em vista que os filhotes ainda são muito
pequenos, e requerem um manuseio muito delicado, as anilhas ficam muito
 grandes no seu tarso chamando com muita facilidade a atenção da fêmea que
 poderá retira-las provocando um sério acidente, quando não os atira fora do ninho.
Ainda poderá acontecer à saída da anilha por simples ação da gravidade, e só
 daremos conta do problema no 13° dia quando ocorrer à saída natural do ninho.
2. Elimino os cinco últimos dias tendo em vista dois aspectos:
∙ No primeiro aspecto os filhotes já se encontram com os olhos abertos e tendo
 uma visão antecipada do mundo que o cercam ficarão assustados e inquietos
 por já terem a capacidade de assimilar possíveis interferências que ameacem a
 sua segurança no interior do ninho.
∙ No segundo aspecto se o anelamento for efetuado a partir do 10° dia fatalmente
 os filhotes recusarão permanecerem no ninho, esta intervenção provocará a saída
precoce dos filhotes ainda emplumes podendo provocar a sua morte.
3. Nos restaram apenas quatro dias ou sejam: 5°; 6°; 7°; 8°, que não
apresentam maiores problemas no entanto podemos argumentar que:
∙ Por usarmos anilhas com diâmetro de 2.5 mm preferimos o 5° dia ou 6°no máximo.
∙ Por usarmos anilhas 2.8 mm preferimos o 7° dia ou o 8° quando o filhote embora
 iniciando o processo de abertura dos olhos ainda não o fez totalmente e com
certeza estará mais desenvolvido para suportar a manipulação.
4. Salientamos ainda a existência de uma maior ou menor capacidade por parte
 da fêmea em aceitar um corpo estranho preso nas pernas dos seus filhotes. Este
 é um problema muito sério que merece por parte do criador uma atenção toda
 especial independentemente do dia em que se procedeu ao anelamento, muitas
recomendações e práticas outras são postas em evidência para resolver ou
minimizar o problema:
∙ Pessoalmente anelo os filhotes no 8° dia ao entardecer após remover o brilho
das anilhas com um pouco de fulgem que pego na chaminé da churrasqueira, tal
 procedimento evita que o brilho da anilha chame a atenção da fêmea e, como já
começa a escurecer a fêmea logo se empoleira para dormir e os filhotes buscam
 acomodar-se no ninho escondendo totalmente as anilhas. No dia seguinte a fêmea
não lembra de mais nada e só se preocupa em encher os papos que amanhecem
vazios e os tornam esfomeados. Desta forma, não tenho a relatar um só caso de
rejeição por parte das fêmeas.
∙ Outra prática bastante comum é a de proceder ao anelamento no 7° ou 8° dia
 pela manhã tendo em vista que se ocorrer rejeição teremos todo o dia para resolver
o problema, saliento ainda que neste sistema também se acerca de cuidados quanto
 ao brilho das anilhas. Esta forma de proceder também é muito segura.
Acreditando ter esgotado o assunto, ou pelo menos os seus aspectos mais importantes,
levei em conta que o Criador conhece o processo de por o anel, que é muito simples:
1. Seguramos o filhote com a mão esquerda e selecionamos com os dedos polegar,
indicador e anular da mesma mão o pé que ira receber o anel.
2. Agrupamos os três dedos dianteiros com o uso de vaselina sólida para que fiquem
 estirados e unidos, aí introduzimos o anel até atingirmos a articulação com a mão direita.
3. Dobramos o dedo traseiro para alinharmos com o tarso e efetuando movimentos
 circulares na anilha ultrapassamos a articulação, ai soltamos o dedo traseiro e levamos
 a anilha até junto do pé.

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